O artigo a seguir serve de registro para que quando o ainda longe – para alguns – 2026 chegar analisemos quem largou muito antes do tempo e não teve fôlego suficiente para se sustentar como possível postulante ao Palácio da Redenção, leia-se Governo da Paraíba. O primeiro da lista é, naturalmente, o atual vice-governador, Lucas Ribeiro (PP), que assiste em silêncio as demais movimentações ao seu redor, até mesmo dentro do seu grupo. Seria uma, em tese, candidatura natural.
Não podemos deixar de fora, claro, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos). Desde o fim do processo eleitoral de 2024, o parlamentar vem alimentando a tese de que será candidato a governador. Algo que, coincidência ou não, se aflorou após o período em que ele esteve recentemente no exercício do cargo, numa ausência de João Azevêdo e gesto cortês de Lucas Ribeiro, já citado aqui.
Porém, não se pode perder de vista o atual secretário de Infraestrutura e Recursos Hídricos da Paraíba, Deusdete Queiroga. Ontem, em evento com o objetivo de prestar contas das ações do Governo João II, o auxiliar discursou por mais de uma hora. Para muitos, hoje, o preferido de Azevêdo nesse processo – mesmo tendo dado entrevista alertando que compor uma chapa tendo o atual ‘dono’ da Granja Santana como candidato ao Senado seria difícil, uma vez que, conforme ele, é complicado para os partidos apoiarem dois nomes de grande relevância em uma única disputa.
Prefeito da maior cidade do estado, João Pessoa, Cícero Lucena (PP) também vem sinalizando que pode ser mais uma peça desse xadrez no grupo situacionista. Ou seja, parece que o ‘caboclinho’ nutre uma saudade dos quase 10 meses em que esteve governador da Paraíba – de 2 de abril de 1994 até 1º de janeiro de 1995, após afastamento de Ronaldo Cunha Lima.
Pelo lado da Oposição, quem largou na frente, usando de muita simbologia, foi o senador Efraim Filho (União Brasil). Conhecido pelo slogan ‘Foguete não dá Ré’, ele usou o título de campeão da Copa do Brasil de 2024 do Flamengo para estampar em suas redes sociais uma postagem em que mostrava uma camisa do time carioca com a numeração do seu partido (44), cravando que “2026 é logo ali”. Mas, será que, com o avanço da tecnologia, em 2026, teremos o tal veículo usando a marcha contrária?
Também no time anti-João, precisamos lembrar do ex-deputado federal Pedro Cunha Lima, que tem sua torcida para ser candidato a governador dentro do seu partido, PSDB, e já foi testado na disputa, levando o pleito de 2022 ao 2º turno, engrossando o caldo para o lado do próprio João Azevêdo, que foi reeleito com bem mais dificuldades do que quando saiu vitorioso sem a necessidade de um turno suplementar em 2018.
Para quem porventura ainda nutra a esperança, registre-se na ata deste artigo o nome do deputado federal Romero Rodrigues, que já teve tudo favorável a si para disputar o cargo aqui focado mas preferiu outros caminhos. Há alguns dias, o próprio chegou a declarar que pode disputar esta cadeira, mesmo tendo dito, logo depois, que defende o apoio ao melhor nome do seu grupo, que pode ser comprovado através de pesquisas.
Aí o leitor pode estar se perguntando: quem seria a oitava peça desse tabuleiro? Simples. Um nome que nunca chegou a dizer que pode, mas já declarou apoio a outro nome na disputa pelo Governo da Paraíba: Bruno Cunha Lima. “Ah! mas esse já garantiu apoio a Romero”. De fato. Mas, no cenário atual. Porque, não sejamos ingênuos, não seria surpresa um prefeito da segunda maior cidade paraibana, tendo uma alta considerável de aprovação ao seu nome, se enxergar como um outro natural concorrente deste jogo.
Assim como na política, vou me permitir mudar de ideia e não cumprir o prometido no título deste artigo. Por isso, escrevo este 9º parágrafo. Mas faço isso apenas para alertá-los, invocando o icônico e de saudosa memória Magalhães Pinto: “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.