Por Victor Silva
Há exatos 29 dias, escrevi um artigo neste espaço tratando sobre o quão espantoso era àquela altura o volume de reclamações acumulados pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) em relação ao serviço dispensado à população de Campina Grande, mas também de outras cidades em que a empresa igualmente explora a oferta de água e esgoto.
Citava aqui também que, mesmo tendo conhecimento das inúmeras denúncias junto aos órgãos de proteção e defesa do consumidor, saltava à vista também uma subnotificação das queixas, uma vez que elas invadiam os noticiários matutinos do rádio, televisão e até nas redes sociais.
Passado o período citado na primeira frase deste texto, me deparo com uma informação divulgada pelo Procon Municipal de Campina Grande – que endossa o artigo outrora postado neste espaço. O nosso título dizia: “Opinião: não tem quem não se espante com tamanho volume de reclamações” (leia aqui). Já o veiculado pela Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura de Campina Grande reforça, mesmo que colocando-os em 2º lugar no ranking das queixas, nossa visão sobre os serviços da Cagepa: “Ranking: Claro e Cagepa lideram número de reclamações no Procon de Campina Grande”, diz o informativo.
Nele, estão presentes as seguintes infos: “O Procon de Campina Grande divulgou nesta terça-feira (11) uma lista com o nome das 20 empresas que reuniram o maior número de reclamações de consumidores nos últimos 40 dias (…) Segundo o estudo, foram mais de 250 processos administrativos abertos no órgão com relação à má prestação de serviços ou produtos com problemas. No ranking das mais reclamadas estão: 1º Claro, 2º Cagepa e 3º Vivo-Telefônica (GVT)”.
Mais espantoso ainda é o período em que essa grande quantidade de denúncias foi contabilizada: “A lista das empresas que integram o ranking de reclamações na Rainha da Borborema, segundo o coordenador do Procon-CG, Waldeny Santana, corresponde aos casos registrados, esse ano, no período de 1º de abril a 10 de junho”, emenda a publicação.
Vale registrar que, longe do que alguns – sobretudo funcionários da Cagepa – podem achar, não é motivo de orgulho para este autor ver que uma opinião emitida conforme o seu exercício lhe assegura o direito acabou sendo confirmada por algum órgão. Muito pelo contrário, o que sinto é um fortalecimento de minha preocupação, novamente, com um serviço que nos custa tão caro e que segue sendo entregue bem abaixo do esperado.
Registre-se também que, desde a publicação do primeiro opinativo neste espaço, foi perceptível uma leve diminuição das reclamações, ao menos nos jornalísticos radiofônicos possíveis de serem sintonizados no âmbito de Campina Grande. Embora elas ainda existam – e chegando cada vez mais aos órgãos competentes.
Ah, quase ia me esquecendo de manter sempre destacada uma máxima: os textos opinativos deste autor não possuem a intenção de macular a imagem de ninguém em particular, mas apenas noticiar fatos e dar-lhes a interpretação que o posto de formador de opinião me concede naturalmente. Eu sei que para muitos não é necessário tal registro mas, como seguro morreu de velho, melhor pecar pelo excesso.