Opinião: qual seria a força por trás do silêncio (político) de Tovar?

14 de julho de 2023. Data da última entrevista em que vimos o deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) tratar de forma bem clara os acontecimentos políticos de seu grupo nos últimos tempos. Para quem não lembra, neste dia o tucano esteve cedinho ocupando os microfones da rádio Correio FM, em Campina Grande.

Revelações proferidas na conversa foram no mínimo curiosas, como a de que o deputado, àquela época do corrente ano, ainda não havia sentado para dialogar com o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), uma única vez. Cenário esse que deve ter sido mudado – ou não – em um pontual encontro ocorrido em Brasília, ou em qualquer outro momento que pode não ter ganhado o noticiário político.

E o que dizer da frase proferida por Tovar quando tratou da atual relação do gestor campinense e o seu antecessor, Romero Rodrigues – hoje no Podemos? Essa foi com certeza a mais impactante, reveladora e forte expressão usada por alguém daquele clã para definir a situação.

“Existe um cristal que ainda não quebrou e cristal quebrado não cola jamais”, disparou o parlamentar.

Mas qual acontecimento perdemos que não conseguimos entender o porquê do deputado ter saído da tamanha franqueza verbalizada naquele dia para o silêncio quase que total sobre o assunto? Algo os nossos vivos olhos sob os bastidores podem não estar enxergando.

A última dúvida é simples de fundamentar: do sétimo mês de 2023 pra cá, ou Tovar optou por ser muito mais comedido, ou algum freio pode ter partido de alguma instância superior do histórico grupo político que ele integra. Corroborando isso, vêm as afirmações de colegas jornalistas que cobrem o dia a dia da Assembleia Legislativa da Paraíba, plenário de trabalho do deputado. Por lá, Tovar tem por muitas vezes evitado entrevistas e quando pego no pulo evita comentar assuntos políticos da sua tão amada Rainha da Borborema.

Para além disso, convites de participações até na mesma emissora citada acima vêm sendo recusados. Inclusive, desde o já longevo 14 de julho de 2023, o deputado só esteve por lá uma vez, ao falar por telefone sobre uma sessão conjunta entre ALPB e Câmara Municipal de Campina Grande, que foi proposta por ele mesmo.

Na mesma ligação, para não dizer que não falou das flores, o tucano comentou a infeliz publicação do ex-presidente estadual do seu partido, Pedro Cunha Lima, que tentou atribuir a Tovar a couraça de desleal por um simples sorriso acompanhado de um aperto de mão. Mas isso é tema para uma futura recordação.

Só pra acabar de completar, não tem como não supor ou questionar se será que o tamanho comedimento – para não dizer silêncio – pode ter nascido de um conselho vindo de um emissário de mesmo sobre nome. Mas para acabar de fato, lembrando mais uma vez o inesquecível Geraldo Vandré: Tovar segue caminhando, mesmo que nem sempre cantando.

Foto: Reprodução/ Redes Sociais

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