Opinião: não tem quem não se espante com tamanho volume de reclamações

Por Victor Silva

Apesar de termos avançado tanto na tecnologia, em outras áreas, infelizmente, o óbvio ainda precisa ser dito. Vou além e digo mais claramente que minha queixa se dá ao atual grau de interpretação de texto da maioria das pessoas, sobretudo quando o assunto é crítica. Quando se trata de discurso direcionado a uma instituição então, mais necessária ainda é a informação de que, ao contrário do que muitos figurões pensam, a reclamação não visa atingir CPF de quem quer seja, mas sim o serviço prestado por esse ou aquele órgão.

Escolhi começar este artigo dessa forma para evitar o entendimento dúbio. Dito isso, vamos à pauta desse opinativo: Companhia de Água e Esgotos do Estado da Paraíba (Cagepa).

O serviço dispensado aos consumidores, mais precisamente em Campina Grande, ultimamente, tem ficado bastante aquém do que já foi ofertado um dia – mesmo que com suas precariedades, às vezes. Basta parar na frente da TV, ou ligar o rádio em algum noticiário, sobretudo os do período matutino, que o leitor vai compreender o que estou querendo dizer.

Foge à vista a quantidade de dias em que este autor já ouviu as inúmeras reclamações dos cidadãos que residem na Rainha da Borborema, mas também nas regiões do seu entorno, sobre a cor da água, o cheiro ou, mais grave ainda, a falta dela, mesmo chegando a fatura completinha no fim do mês.

Mas (no sentido de Porém), mais (no sentido de quantidade) grave ainda tem se mostrado o silêncio sepulcral dos dirigentes da empresa. Verdade que, em alguns casos, as reclamações veiculadas nas emissoras são seguidas de alguma justificativa, na esmagadora maioria das vezes vinda da Assessoria de Comunicação da Companhia. Algo que parece ter cessado nos últimos tempos uma vez que, por mais que se gaste verbos, chega um ponto que não há conversa de miolo de pote no mundo que contemple ou faça frente à indignação de quem paga – e caro – por um serviço que não faz jus à cifra que custa.

Até na tribuna da Câmara o assunto já chegou. Mas, ainda assim, uma explicação plausível, convincente para os seguidos episódios adversos não chega. Não se tem, se vê ou se ouve.

Por último, mas não menos grave, está a angústia de quem sabe que, por baixo de tudo isso, em Campina, existe uma concessão que prevê que a mesma empresa explore o serviço (forneça o abastecimento) ainda por alguns muitos anos.

E olhe que nem citamos as seguidas manutenções que, coincidentemente ou não, acontecem sempre com perfurações em asfaltos recém aplicados em algumas de nossas vias. Nesses casos, o que fica aquém são os reparos. Mas isso é pauta para um próximo artigo.

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